(foto ilustrativa)
No meio do
caminho há um trilho. Há um trilho no meio do caminho. Há uma rua íngreme no
final deste trilho. No final deste trilho há uma rua íngreme. Este trilho e
esta rua fazem parte do trajeto que faço de segunda a sexta-feira para ir
trabalhar, pela manhã.
Há um alto
muro por toda a extensão deste trilho, cercado por bambuzais e eucaliptos
gigantes e, do outro lado, há uma grande depressão, cheia de árvores que cercam
um campo de futebol.
Nesse horário
da manhã, são poucos os transeuntes, mas com certeza o horário que as pessoas
mais o utilizam. Às vezes passo por ele todo sozinho; só eu “desço”, os outros
sempre “sobem” o trilho.
Esse trilho
inspira-me a falar com o Senhor Jesus, a orar, a louvar, a pensar em coisas
grandes como a vida que logo passará e o que de eterno permanecerá. Dias desses
passados na semana anterior, ao final desse trilho, uma cena muito me tocou: um
cavalo, uma carroça, três cachorros e dois homens.
(foto ilustrativa)
O personagem
principal foi o cavalo. Por ser a rua íngreme, patente foi para mim, observar o
esforço do cavalo para se equilibrar, agüentando o peso da carroça e da descida
para não “desimbestar”. Os dois homens tentavam, através de cordas,
contrabalancear o peso, segurando a carroça. Mas o trabalho todo era do cavalo.
Até aí, toda esta descrição parece muito natural, não fosse a presença dos
caninos e o papel que tiveram nessa cena.
Não sei que
aversão é essa que os caninos sentem pelos eqüinos, uma antipatia que os
impelem para cima do cavalo; ladra incansavelmente enquanto o animal trota e
segue seu caminho. Não entendo, mas nessa cena especificamente, a insistência
desses cachorros, aliás, dois deles ainda filhotes, provocou, como em efeito
dominó, uma analogia simples, mas muito forte, em meu pensamento.
As pessoas têm
muitas cargas pesadas e difíceis de carregar, andam por caminhos tortuosos,
atribulados por vários aspectos da vida, obviamente aqueles que conhecem a
Cristo e Sua Palavra, sabem e crêem que toda tribulação tem um propósito maior
e mais excelente (Romanos 5: 3-4; II Coríntios 7:4), somos auxiliados por Anjos
eleitos e fortes, sustentados pelo Amor e Soberania do nosso Rei, nosso Pai.
E existe, no
mundo espiritual, invisível, assim como os Anjos do Senhor, os demônios, principados
e potestades, dominadores deste mundo tenebroso, que vivem ao derredor para
dificultar, atrapalhar, para roubar, destruir, para matar. São incansáveis,
irritantes, barulhentos como três cachorrinhos no caminho de um cavalo, já em
dificuldades. Realizando sua tarefa: carregar a carroça.
Nessa
analogia, os homens seriam os anjos do Senhor (Salmo 37:4), no caso, ajudando o
cavalo com as cordas.
Fui trabalhar
mais feliz neste dia. Através de uma cena simples, não tão cotidiana, mas
normal, falou profundamente ao meu coração, ministrado pelo Espírito, lembrando
a fidelidade e fidedignidade da Palavra do Senhor Deus.
Escrita originalmente em 06/07/2004.
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