O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

sábado, março 28, 2020

Uma cena


(foto ilustrativa)

No meio do caminho há um trilho. Há um trilho no meio do caminho. Há uma rua íngreme no final deste trilho. No final deste trilho há uma rua íngreme. Este trilho e esta rua fazem parte do trajeto que faço de segunda a sexta-feira para ir trabalhar, pela manhã.
Há um alto muro por toda a extensão deste trilho, cercado por bambuzais e eucaliptos gigantes e, do outro lado, há uma grande depressão, cheia de árvores que cercam um campo de futebol.
Nesse horário da manhã, são poucos os transeuntes, mas com certeza o horário que as pessoas mais o utilizam. Às vezes passo por ele todo sozinho; só eu “desço”, os outros sempre “sobem” o trilho.
Esse trilho inspira-me a falar com o Senhor Jesus, a orar, a louvar, a pensar em coisas grandes como a vida que logo passará e o que de eterno permanecerá. Dias desses passados na semana anterior, ao final desse trilho, uma cena muito me tocou: um cavalo, uma carroça, três cachorros e dois homens.

(foto ilustrativa)

O personagem principal foi o cavalo. Por ser a rua íngreme, patente foi para mim, observar o esforço do cavalo para se equilibrar, agüentando o peso da carroça e da descida para não “desimbestar”. Os dois homens tentavam, através de cordas, contrabalancear o peso, segurando a carroça. Mas o trabalho todo era do cavalo. Até aí, toda esta descrição parece muito natural, não fosse a presença dos caninos e o papel que tiveram nessa cena.
Não sei que aversão é essa que os caninos sentem pelos eqüinos, uma antipatia que os impelem para cima do cavalo; ladra incansavelmente enquanto o animal trota e segue seu caminho. Não entendo, mas nessa cena especificamente, a insistência desses cachorros, aliás, dois deles ainda filhotes, provocou, como em efeito dominó, uma analogia simples, mas muito forte, em meu pensamento.
As pessoas têm muitas cargas pesadas e difíceis de carregar, andam por caminhos tortuosos, atribulados por vários aspectos da vida, obviamente aqueles que conhecem a Cristo e Sua Palavra, sabem e crêem que toda tribulação tem um propósito maior e mais excelente (Romanos 5: 3-4; II Coríntios 7:4), somos auxiliados por Anjos eleitos e fortes, sustentados pelo Amor e Soberania do nosso Rei, nosso Pai.
E existe, no mundo espiritual, invisível, assim como os Anjos do Senhor, os demônios, principados e potestades, dominadores deste mundo tenebroso, que vivem ao derredor para dificultar, atrapalhar, para roubar, destruir, para matar. São incansáveis, irritantes, barulhentos como três cachorrinhos no caminho de um cavalo, já em dificuldades. Realizando sua tarefa: carregar a carroça.
Nessa analogia, os homens seriam os anjos do Senhor (Salmo 37:4), no caso, ajudando o cavalo com as cordas.
Fui trabalhar mais feliz neste dia. Através de uma cena simples, não tão cotidiana, mas normal, falou profundamente ao meu coração, ministrado pelo Espírito, lembrando a fidelidade e fidedignidade da Palavra do Senhor Deus.

Escrita originalmente em 06/07/2004.

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