O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

domingo, setembro 25, 2005

Cecília em minha vida!

Segue trechos registrados em diversos papéis (arquivos), rascunhados em caneta, lápis e/ou digitados, atividade que muito me agrada... Passam por nós pessoas, livras, fatos, circuntâncias que nos convidam a olhar para dentro de nós e pensar e repensar em mudanças, consertos, reparos... Vou registrar a seguir esses trechos que contam um pouco da minha trajetória de conhecimento da obra de Cecília Meireles e consequentemente, o amor e fixação por tudo o que diz respeito a esse nome! No final, alguns sites sobre a biografia, bibliofrafia de Cecília (alguns apenas, se alguém se interessar por ler mais!) o poema Vôo, que versa sobre as palavras! Ah, as palavras...
Trecho retirado do Trabalho Monográfico sobre a Trajetória Escolar, de André Luís Onório Coneglian, cujo título “DA PRÉ-ESCOLA AO CURSO SUPERIOR ENTRE O SÉCULO XX E XXI”, foi apresentado à disciplina Didática II, ministrada pela Profª Dª Maria do Rosário Longo Mortatti, da Universidade Estadual Paulista, Campus de Marília, no dia 25/11/2002. Como já escrevi no tópico anterior, houve a promoção no trabalho. O patrão ficou sabendo da minha recente formação técnica e me promoveu para o escritório, logo no mês de agosto [2000]. Isto seria um bom motivo para continuar a freqüentar o Curso Técnico de Administração. Porém, não gosto de burocracia, papéis, arquivos, impostos, não queria aquilo como profissão.
Nessa época, de ir para o “Antônio Devisate” apenas para responder chamada, comprei o livro Crônicas de Viagem 1, de Cecília Meireles. Como eu pegava dois ônibus para ir até a escola e dois para voltar e não tinha mais a companhia da Tatiane (foi categórica em não querer voltar para fazer “Administração”), eu lia o livro. Era avistar um banco livre que pegava o livro e lia até chegar aos pontos de destino – da escola ou de casa.
Cito este fato, pois realmente foi a coisa mais importante que fiz nesse período, comprar e ler esse livro fascinante. Também me apaixonei perdidamente pela escritora Cecília Meireles. Quando encerrei sua leitura, escrevi no livro: “Ler este livro, ainda que, boa parte embalado pelos balanços e solavancos dos ônibus que me conduziam para a escola, e vice-versa, foi como se estivesse viajando ao lado dela (Cecília), foi muito, muito bom. Foi com tristeza que cheguei à sua última página, hoje. 15 de novembro de 2000.” Ainda no início do livro, escrevi: “Pelas próximas páginas, boa viagem!”, pois era o que havia me proporcionado. Um escape da realidade que me prendia na rotina “castigadora” de fazer o que não queria, nem gostava.
Em setembro, eu faltava muito e, em outubro, não ia mais às aulas do Curso Técnico em Administração, sem dar explicação a ninguém, nem pai, nem mãe, nem professor, nem coordenador ou diretor. Pela primeira vez, na chamada, quando chamassem meu nome, responderiam de volta: “Desistente!”
Não me importava, sentia-me livre, pois não era mais um passatempo, era um “atraso de vida”. Minha parceira de trabalho (muito trabalho) em meu novo posto era Beatriz, que fez um convite pelo mês de setembro: “- Vamos prestar o vestibular da UNESP para Pedagogia?!”
Obviamente minha primeira reação foi dizer um “não”, argumentando que não tinha um porquê fazer aquilo. Ela questionava, e eu argumentava: “Vestibular da UNESP, difícil, concorrido, pagar R$ 70,00 para fazer uma prova dali a dois meses para não passar, num curso que nem sabia ao certo o que era”. Sabia, sim, que ia trabalhar em escola, algo como um professor, mas tinha boas razões para não fazer aquela inscrição.
E realmente não faria aquela inscrição, não fosse a influência de algo que eu tinha iniciado no mês de agosto daquele mesmo ano de 2000. Li no jornal: “Curso de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), falar com Priscila”, pela curiosidade de como falar com os surdos, liguei e peguei todas as informações. O curso era ministrado por um instrutor surdo com o acompanhamento de uma intérprete (Priscila), aos sábados, à tarde, durante uma hora e meia; o curso básico tinha a duração de quatro meses. O preço era mais que acessível e o curso era oferecido pelo Ministério de surdos Keiras en Latreia (do grego Mãos em Adoração), da Primeira Igreja Evangélica Batista de Marília.
Eu não faltava um sábado. No início era angustiante querer conversar com o professor e sempre ter que solicitar a intérprete. O professor tentava ler meus lábios e falava em tom audível para poder entendê-lo.
Na aula teórica, a Priscila, fonoaudióloga, iniciou com o histórico do sujeito surdo e como era visto nas diversas culturas através dos séculos, sua educação, a sistematização da Língua de Sinais, o oralismo, bimodalismo, bilingüísmo, a gramática básica da Língua de Sinais, a dificuldade dos surdos com o Português, de serem estrangeiros no próprio país e marginalizados em quase todos os aspectos, primordialmente os educacionais, e essa escassez de habilidade com os aspectos da surdez, prejudicam toda capacidade cognitiva do sujeito surdo, se não for respeitada sua cultura e sua língua natural.
A curiosidade e preocupação iniciais – e se tiver um amigo surdo, o que farei? – cresceram e tomaram proporções gigantescas. Era nas tardes de sábado (e na viagem semanal com Cecília), que recebia estímulos. E aquele novo conhecimento, o surdo e sua língua, me despertou. Administração, “Devisate”, nada disso era estimulante.
Uma professora, doutoranda na UNESP na área da Educação, freqüentava a mesma turma aos sábados desse mesmo curso de LIBRAS. O convite da Beatriz, depois da veemência em negar, me deixou inquieto. O adeus ao “Devisate” era definitivo, o curso de LIBRAS era uma pérola preciosa, fonte do novo que procurava. Informei-me com essa professora doutoranda na UNESP, a respeito do curso de Pedagogia e o que oferecia na formação para a Educação Especial voltada para os surdos. “Bingo!!!”. Recebo a informação que a UNESP Marília é a universidade com todas habilitações na área da Educação Especial, inclusive D.A. (Deficiente Auditivo).
“- Beatriz, vamos prestar!”
Fiz a inscrição no último dia, no mês de outubro. A prova seria em dezembro. Como não estudava mais nada específico, nem técnico e tinha desembolsado R$ 70,00, em casa mesmo, durante a noite, tentei estudar. Português, Literatura, História, e até que me esforcei. Mas o ambiente de estudo era o meu quarto, ou na cama, ou no chão. Estava frustrado comigo mesmo, não estudava como devia.
Dezembro, primeiro dia de prova, Conhecimentos Gerais. Era domingo à tarde, chovia e fazia frio. Éramos um grupo grande de conhecidos na mesma condição de vestibulando e na mesma escola: André, Amanda (minha irmã, vestibulanda para o Curso de Pedagogia), Ana Carolina (vizinha, concorria para uma vaga em Jornalismo em Bauru), Cláudia (amiga da minha irmã, para Pedagogia), Beatriz (minha colega de trabalho, também para Pedagogia), e o Éder (vizinho, para Ciências Sociais).
Segunda-feira, Conhecimentos Específicos, terça-feira, Língua Portuguesa. O grupo era solidário, aguardávamos até o último sair, e quando estivéssemos os seis saído da sala, pegávamos o ônibus para voltar para casa. Eu ri muito, nesses três dias de prova, das situações dos outros vestibulandos nervosos, das nossas respostas adversas, dos assuntos que não conhecíamos, das questões que eu havia deixado em branco, principalmente na prova de Geografia – nunca achei essa disciplina tão parecida com Matemática, de tanto gráfico para analisar. Já na prova de Matemática em Conhecimentos Gerais, do primeiro dia de prova, fui bem – de 12 questões acertei 8 – graças ao professor Sílvio e sua agradável aula de Matemática Financeira no “Antônio Devisate”.
Terceiro dia, última prova, muita interpretação de texto e a redação com o tema, relativamente fácil. Questionava sobre o Vestibular, a forma como era oferecido e outras formas de seleção, como o ENEM.
Janeiro de 2001, ano novo, século novo, milênio novo, quem estudava já estava em férias. Eu não estava em férias, pois não estudava mais. Dia 8 de fevereiro sairia a lista dos aprovados na UNESP , uma sexta-feira. Na quinta, quase seis horas da tarde, a Beatriz e eu resolvemos olhar o site da UNESP. Para nossa surpresa a lista dos aprovados já estava ali. E na lista dos aprovados, meu nome!!!
Do grupo solidário desse hilariante vestibular, o meu nome estava na lista de aprovados. Nenhum dos outros cinco estava na lista, nem a Beatriz. Eu pulava na sala de contabilidade em frente ao computador e repetia sem parar: “Eu não acredito, eu não acredito, eu não acredito!!!”. Pedi até para a Beatriz me beliscar. Guardo em minhas coisas pessoais a carta da Fundação VUNESP, com a Informação de Desempenho do Vestibular UNESP 2001, com a inacreditável décima primeira colocação. Efetuada a matrícula, em março de 2001, era “unespiano” do curso noturno no 1º B de Pedagogia.
Diante desses fatos todos apresentados e outros “embutidos”, hoje me pergunto se escolhi o curso de Pedagogia ou se fui escolhido por ele. Trechos do Portifólio, Pasta de Estágio do 3º ano do Curso de Pedagogia (2003), no capítulo intitulado: “Livros – um caso antigo”: Adquiri Marília de Dirceu, de Tomaz Antonio Gonzaga, pois como aprendi na 2ª série com a bibliotecária Wilza, do SESI, foi esse o livro que inspirou o “fundador” da cidade, que precisava de um nome que iniciasse com a letra M. Não sou leitor assíduo de poemas. Aprendi a apreciá-los depois de ler as prosas de uma escritora que é uma excelente poetisa. Hoje seus poemas me encantam.
Estou me referindo a Cecília Meireles, pela qual tenho um amor platônico. A história desse amor, para mim é fascinante e muito recente. O Jornal Diário de Marília publicou uma pequena reportagem sobre o lançamento de Crônicas de Viagem, 1, obra em prosa de Cecília Meireles. Até então, o nome Cecília Meireles não me dizia nada. Recortei a reportagem porque era sobre viagens, na esperança de um dia poder ler esse livro. Como andava freqüentando uma livraria da cidade, anotei os dados e perguntei sobre o livro.
A proprietária disse que não tinha na loja, mas faria o pedido. Alguns dias depois ela ligou em casa: “Seu livro chegou!”. Não era tão barato seu valor, mas resolvi ficar com ele. não me arrependo nenhum minuto. Não encontro palavras para expressar a sensação que me proporcionou a leitura daquelas páginas. Tentei escrever algo, registrado no próprio livro, mas ainda são sensações parciais e incompletas: “Este objeto é de propriedade exclusiva de André Luís Onório Coneglian; mas este livro é de todos que possuem espírito aventureiro e são eternos curiosos por novos mundos, novos povos, novas formas de ver e viver a vida, ainda é de todos que sabem como essa belíssima autora e poetisa sabia, a diferença entre o turista e o viajante... Pelas próximas páginas, boa viagem!”.
O livro, suas crônicas, o estilo tão particular, delicioso, saboroso, encantador, profundo, intimista, humorado, irônico[1] de Cecília, me cativou. Algo parecido com Clarice Lispector, porém, esta última com um estilo mais denso.
Crônicas de Viagem, 1, foi a celebração de uma atividade que já era prazerosa. A cada página ouvia-se um tim-tim, brindes e mais brindes, coroando, reafirmando o meu caso de amor antigo com o livro. Essa leitura foi um porto seguro no período de crise escolar, de vida, como o foi igualmente o curso de LIBRAS. Aprender a língua de sinais, assimilando o universo lingüístico do surdo, poder me comunicar com eles, foi muito instigante também. Não era escola, não era cargo novo no emprego. O que me alegrava era ler Cecília Meireles, viajar por lugares incríveis e me deliciar com as impressões e observações da cronista.
Acostumado a ler a coluna “Opinião” do Jornal Diário de Marília, passei a recorta-la quando o artigo era de algum docente da UNESP. Enorme foi a surpresa descobrir por meio de um desses artigos, já no primeiro semestre do segundo ano de curso (2002), que Cecília Meireles foi professora do ensino primário, médio e superior.
Assinado pela docente Sonia Alem Marrach, professora de História da Educação Moderna e Contemporânea, seu artigo anunciava o lançamento de Crônicas de Educação, em três volumes. Sonia Marrach encera o artigo com as seguintes palavras: “Obra em prosa de leitura deliciosa, Crônicas de Educação, nasce clássica, tem grande atualidade e constitui rica fonte da moderna pesquisa historiográfica”. Pensei: “Que delícias me reserva a leitura dessas crônicas de educação?!” – enchendo a boca d’água.
Provei dessa delícia recentemente. Meu orçamento nesses últimos dois anos não permite maiores aquisições de livros. Mas estava eu na fila da biblioteca da UNESP e um livro me chamou a atenção pela disposição e cores da capa. Como estava com a contra-capa para cima, peguei e quase pulei de alegria ali mesmo.
“Está com você?”- perguntei para a moça que estava ao meu lado.
“Não, estava aí em cima.” – ela respondeu.
“Vou levar!”
Pena que a leitura desse primeiro volume já acabou. É como se a sobremesa de que mais gosto tivesse acabado. Todo professor, que já leciona ou em formação, deve ser obrigado a ler esse livro. Só lendo para saber a dimensão que ele tem. Não tenho palavras. É incrível como Cecília tem palavras e construções de frases inacreditáveis e diz tudo.
É tão sério ser professor, envolver-se com a infância, que faz-se necessário pensar muitas vezes antes de se decidir pela profissão de educador. Não tem como usar termos: “Vou tentar, se não der certo, ou não tiver vocação, procuro outra área.” – não!!! Não estamos falando de papéis, de tapetes, de roupas, de casas, não! Estamos falando de crianças.
O que um livro pode fazer, não é mesmo?!
[1] A escritora Ana Maria Machado cita Harold Bloom, dizendo a importância da ironia presente na literatura: “a perda da ironia é a morte da leitura e do que nossas naturezas têm de civilizado” (MACHADO, 2002:116). Isto sempre me chamou a atenção, pois até no texto que escrevi para a professora Nancy, comento entre outros aspectos “os cinismos” e “os jogos que se fazem com a nossa língua”.
Vôo
A Darcy Damasceno Alheias e nossas as palavras voam. Bando de borboletas multicores, as palavras voam. Bando azul de andorinhas, Bando de gaivotas brancas, As palavras voam. Voam as palavras Como águias imensas. Como escuros morcegos Como negros abutres, As palavras voam. Oh! Alto e baixo Em círculos e retas Acima de nós, em redor de nós As palavras voam. E às vezes pousam. (Cecília Meireles, Abril 1964, In.: Os melhores poemas de Cecília Meireles, Seleção de Maria Fernanda, 8ª ed, São Paulo: Global, 1996, p. 178)

sexta-feira, setembro 23, 2005

Um diálogo [literário] precioso!


O diálogo entre a raposa e o Pequeno Príncipe é muito sensível e profundo. Fala sobre “cativar”, amizade, importar-se com o outro... coisas imprescindíveis para mim, por isso que o transcrevo logo mais abaixo.

Se me cativares, lembra-se, serás eternamente responsável por esta amizade. Sei que é recíproco! Ao final do diálogo transcrevi a letra de uma música que a Adriana Yanaguita nos ensinou na viagem de volta que o grupo de jovens fez no ano de 2002 para Curitiba-PR. Eu e a Silvinha (médica) aprendemos a letra, a melodia e cantamos os três, entre outras canções.


“Há amigo mais chegado do que um irmão” Provérbios 18:24b, Bíblia Sagrada.

...E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? perguntou o principezinho. tu és bem bonita...

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.

- Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garotointeiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

...e disse a raposa:

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.

Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma.

E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor...cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é sua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Texto extraído do livro "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry

“Cativar”

Observe esta canção
E ela vai lhe dizer
É sorrir, é chorar, é sofrer
Cativar é amar pra valer!

Cativar é como estar preso
E ao mesmo tempo prender Refrão
Cativar é se dar totalmente
E sem esperar... receber.

As vezes no meu cantinho
E ali bem quietinho me ponho a pensar
Em cativar as pessoas, fazer coisas boas e me despertar
Para amar meu irmão e lhe dar atenção
E na hora da dor estender-lhe a mão.

Refrão

sexta-feira, setembro 02, 2005

Vida de formado!

Com certeza é muito estranha essa fase da vida! Há tantas possibilidades, porém, ao mesmo tempo elas parecem não serem tão reais assim!

Tenho receio, medo, um certo pavor de mudanças já foi pior este medo. Hoje consigo apreciar algumas dessas reviravoltas ocorridas em minha vida!

A melhor dessas mudanças radicais está descrita na 2ª carta de Paulo aos coríntios no capítulo 5 versículo 17! Por isso, tento descansar nos braços do Pai...

Vida de adulto!!!!

Eu gosto de recordar daquela época em que bastava viver época em que não era necessário pensar na vida! Correr, sorrir, aprender!!! O aprendizado não foi fácil continua sendo uma tarefa árdua. Ah! A vida! Viver... É preciso ficar com as partes boas! Mesmo que sejam tão poucas.