O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

segunda-feira, maio 21, 2007

SUA VIDA SE RESUME EM QUANTOS LIVROS?


Reparem nos detalhes das coisas e detalhes das pessoas e detalhes das situações e da vida e de tudo que nos rodeia. Os detalhes são riquíssimos!

Nestes últimos dias busco o maior número de informações sobre o processo para obter a cidadania italiana e entre outros detalhes percebi que a nossa vida, neste mundo humanizado, pode ser resumida simplesmente em três livros. Numa ordem alfa-numérica como compete aos órgãos responsáveis para manter a ordem do fluxo e do ciclo da vida: nascer, viver e morrer. Livro A para registro do nascimento; Livro B para registro do matrimônio e Livro C para registro do óbito, último e derradeiro livro!

Não sei se as demais pessoas são detalhistas ou se os leigos, como eu, já sabiam que a vida burocraticamente assim se resume: Livros A, B e C. Para os que morreram solteiros, Livros A e C. Os extremistas considerarão um crime morrer solteiro, um crime contra a ordem alfabética da vida: pular do Livro A para o C!

Para conseguir a cidadania italiana, o primordial e necessário é ter um ascendente italiano(condição sine qua non). Meu bisavô Primo Vicente Coneglian, chegou ao Brasil com 12 anos de idade (seu Livro A está em algum lugar da região de Rovigo, na Itália), casou-se aos 19 anos com minha bisavó – brasileira – Carolina Dadalto (Livro B de ambos) em Brotas-SP e morreu aos 47 em 1938 (Livro C) aqui em Marília onde está enterrado.

Meu avô Luiz Coneglian nasceu em Brotas-SP (Livro A) , casou-se em Ocauçú-SP (Livro B) com minha avó Olinda Brichi (nascida em Brotas) e faleceu em Marília (Livro C).

Meu pai Ademir Antônio Coneglian nasceu (Livro A) e casou-se em Marília (Livro B) com minha mãe Mercedes (nascida em Balbinos-SP[1]) e graças às misericórdias do Senhor Jesus ambos não têm registro no Livro C.

Eu, André Luís Onório Coneglian, tenho registro apenas no Livro A.

Parece uma obviedade esta forma de organização dos registros civis, óbvio para aqueles que lidam profissionalmente com isto, mas para mim foi uma descoberta incrível. Ninguém me ensinou; juntei as peças, as certidões e a lógica com que se apresentam as certidões A para nascimento, B para casamento e C para falecimento. A língua portuguesa permite que o –mento esteja nos três livros!

Claro, assim como a vida do ser humano não se resume apenas nas duas datas em sua lápide (Livros A e C) muito menos em três livros de registros (A, B e C); a vida é muito mais que isso e não tem nada de ordenado neste fluxo. Muito pelo contrário!
Assim eu pergunto: em quantos livros de resume a sua vida?

Em outro momento eu mesmo responderei a este questionamento... Mas posso adiantar, são muito mais que três livros em ordem alfabética ou alfa-numérica (A-16, no meu caso). Mas isto já é outra história. Histórias, livros, vida, mar infinito de possibilidades!


André Coneglian
20/05/2007.

[1] Hoje, 21/05/2007, liguei no Cartório de Balbinos-SP para solicitar a Certidão de Nascimento de minha mãe. Sr. Hélio, o cartorário, me respondeu: bem, o Livro A-08 está em branco. Como assim? – devolvi. O cartorário da época era um “pau-d´água”, ele emitia a certidão e não registrava no livro e não é só este caso, são muitos outros. Ele indicou uma solução para o caso. Realmente, quantas histórias... Disse a minha mãe: “a senhora não existe!”. A ordem alfabética neste caso já começa no Livro B.