texto escrito em 20 de setembro de 2019.
Utilizar-me-ei
da mitologia grega para fazer uma analogia com os dias que vivo.
“O
leito de Procusto” é o mito que me servirá de analogia. Não sou especialista em
mitologia grega, apenas um curioso. Este mito em especial, aprendi com uma
amiga muito especial, numa das muitas conversas profundas e filosóficas que
tivemos a oportunidade de tecer.
Basicamente,
Procusto tem uma cama e todos os viajantes, para seguirem viagem precisam deitar
no leito. Caso sejam maiores que a cama, a parte do corpo que sobra é decepada.
Se a pessoa é menor que a cama, tem os membros esticados até atingir a medida
exata do leito. Tortura pura!
imagem retirada: encurtador.com.br/auyDX
A
analogia que faço é a seguinte:
Regulamentos,
normas, leis e decretos são os leitos a que somos submetidos diariamente.
Regulamentos, normas, leis e decretos não são ruins, pelo contrário servem para
balizar a vida, principalmente, em coletividade.
Leito
também não é algo mau; leito e cama nos remetem a descanso, repouso, segurança.
Assim deveriam ser regulamentos, normas, leis e decretos nas diferentes esferas
de que participamos, nos defender, proteger as instituições.
Há
pessoas responsáveis pela observância e cumprimento dos regulamentos, normas,
decretos e leis que, imbuídos pela legítima defesa desses instrumentos legais,
passam a exercer o papel de Procusto. Não o fazem na ignorância! Amam estar
nesse papel. Ouso dizer que almejam estar e permanecer neste lugar.
Ignoram
as pessoas, ou melhor, decepam-nas ou esticam-nas, no modo de tortura e, quase
sempre, são movidos pelo prazer, um sadismo velado, mas que exala odor e fede,
a ponto de arder narinas e fazer lacrimejar os olhos.
Tais
pessoas estão resguardadas e respaldadas em continuar na missão – decepar e
esticar os membros alheios, pois estão responsáveis pela observância e cumprimento
dos regulamentos, normas, leis e decretos. Estes instrumentos são mais
importantes que as pessoas. As pessoas não podem descansar ou repousar sobre
esse leito, pois não são da mesma medida.
Procusto
não tem amigos, tem comparsas. Faz negócios, sempre movido a interesses
próprios. Há os que acreditam que ele apenas exerce seu papel. Até o dia em que
forem colocados no leito e sofrerem eles mesmo tal tortura. Não desejo o leito
de Procusto para ninguém!
Conhecem
Procusto? Eu sim. E continuará sendo Procusto por mais duas primaveras - formalmente, mas, será Procusto a vida inteira.
Eu tive a escolha (sempre tenho ou isto é uma ilusão, afinal de contas): fugir de Procusto! Juntar os
pedaços decepados, colocar no lugar as partes esticadas (no mito original,
Procusto, sádico, tem dois tamanhos diferentes de leitos para torturar todo
mundo que passa por ele) e recuperar-me junto aos que amo, que me respeitam!
Só digo uma coisa, aliás, duas: 1a.) Fujam de Procustos; 2a. e principal: Não sejam Procusto! Não obriguem as pessoas serem do seu tamanho, do tamanho do seu leito. É isso!
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