O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

quinta-feira, março 12, 2020

Uma Analogia Catártica


texto escrito em 20 de setembro de 2019.

Utilizar-me-ei da mitologia grega para fazer uma analogia com os dias que vivo.

“O leito de Procusto” é o mito que me servirá de analogia. Não sou especialista em mitologia grega, apenas um curioso. Este mito em especial, aprendi com uma amiga muito especial, numa das muitas conversas profundas e filosóficas que tivemos a oportunidade de tecer.

Basicamente, Procusto tem uma cama e todos os viajantes, para seguirem viagem precisam deitar no leito. Caso sejam maiores que a cama, a parte do corpo que sobra é decepada. Se a pessoa é menor que a cama, tem os membros esticados até atingir a medida exata do leito. Tortura pura!

                                       imagem retirada: encurtador.com.br/auyDX

A analogia que faço é a seguinte:

Regulamentos, normas, leis e decretos são os leitos a que somos submetidos diariamente. Regulamentos, normas, leis e decretos não são ruins, pelo contrário servem para balizar a vida, principalmente, em coletividade.

Leito também não é algo mau; leito e cama nos remetem a descanso, repouso, segurança. Assim deveriam ser regulamentos, normas, leis e decretos nas diferentes esferas de que participamos, nos defender, proteger as instituições.

Há pessoas responsáveis pela observância e cumprimento dos regulamentos, normas, decretos e leis que, imbuídos pela legítima defesa desses instrumentos legais, passam a exercer o papel de Procusto. Não o fazem na ignorância! Amam estar nesse papel. Ouso dizer que almejam estar e permanecer neste lugar.

Ignoram as pessoas, ou melhor, decepam-nas ou esticam-nas, no modo de tortura e, quase sempre, são movidos pelo prazer, um sadismo velado, mas que exala odor e fede, a ponto de arder narinas e fazer lacrimejar os olhos.

Tais pessoas estão resguardadas e respaldadas em continuar na missão – decepar e esticar os membros alheios, pois estão responsáveis pela observância e cumprimento dos regulamentos, normas, leis e decretos. Estes instrumentos são mais importantes que as pessoas. As pessoas não podem descansar ou repousar sobre esse leito, pois não são da mesma medida.

Procusto não tem amigos, tem comparsas. Faz negócios, sempre movido a interesses próprios. Há os que acreditam que ele apenas exerce seu papel. Até o dia em que forem colocados no leito e sofrerem eles mesmo tal tortura. Não desejo o leito de Procusto para ninguém!

Conhecem Procusto? Eu sim. E continuará sendo Procusto por mais duas primaveras - formalmente, mas, será Procusto a vida inteira.

Eu tive a escolha (sempre tenho ou isto é uma ilusão, afinal de contas): fugir de Procusto! Juntar os pedaços decepados, colocar no lugar as partes esticadas (no mito original, Procusto, sádico, tem dois tamanhos diferentes de leitos para torturar todo mundo que passa por ele) e recuperar-me junto aos que amo, que me respeitam!

Só digo uma coisa, aliás, duas: 1a.) Fujam de Procustos; 2a. e principal: Não sejam Procusto! Não obriguem as pessoas serem do seu tamanho, do tamanho do seu leito. É isso!

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