O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

quarta-feira, março 25, 2020

Este cinzeiro não estava vazio?



          
          Deve ser muito engraçado ver uma pessoa em dúvida de ter feito algo ou não, e você saber que foi feito, mas se disser a verdade, acaba se entregando.
            Esta foi com uma amiga.
            Numa noite discutia, como sempre, com o namorado na casa dele.
- ... e pare de fumar; sabe que cigarro não faz bem para a saúde!
- Deixa-me fumar, sempre fumei, não vou parar agora.
Ela pedia para ele.
Numa outra ocasião, bem antes dessa discussão, ela manifestou o desejo de fumar (mais curiosidade que desejo).
- Se eu te pegar fumando, bato na sua boca! – ele.
- Olha quem fala. – ela.
- Estou avisando!
Eis que surge a discussão iniciada logo acima. Ele fumava.
- Você me deixa muito nervosa, você é um “cabeça-dura”!
- Eu vou para a faculdade; estou atrasado. Tchau!
- Não me deixe falando sozinha!
Ele apagou o cigarro no cinzeiro, jogou as cinzas no lixo, colocou o maço de cigarro em cima da geladeira, pegou o capacete e saiu.
- Como ele me deixa nervosa!
Ela batia os dedos na mesa; era uma forma de extravasar. Se falasse sozinha, os vizinhos iam a chamar de doida; gritar então, não pensariam duas vezes, chamariam os psiquiatras para colocá-la na camisa de força.
Foi então que ele atraiu sua atenção. Quase inconscientemente foi até a geladeira, pegou um cigarro, colocou na boca e acendeu. Deu o primeiro trago; engasgou com a fumaça. Continuou fumando ainda assim. O nervoso foi passando, parecia se esvair com a fumaça que soltava, já com certa categoria.
Fumou um cigarro inteirinho. O cinzeiro sobre a mesa estava repleto de cinzas novamente. Ela colocou uma bala na boca, esborrifou perfume pela cozinha, chupou outra bala, por garantia.
Ele chegou. Beijo na boca: nada!
Respiração ambiente: nada!
Ufa! Ele nem vai desconfiar.
- Ei, eu não joguei as cinzas no lixo?!
“Ih, o cinzeiro!”
- Eu não vi!
- Devo estar ficando louco!
- É o cigarro que está te deixando assim!!!

Escrito originalmente em 21/02/2001.

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