O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

sábado, janeiro 07, 2023

UMA MULHER EXTRAORDINÁRIA: impressões

 Desde o princípio da leitura, levantei a suspeita de que Edna foi uma menina e é, hoje uma mulher idosa,  cheia de vigor, superdotada. Todos os indicadores e características estão presentes em seu relato de vida, contados no livro: "Uma mulher extraordinária: a parteira que construiu um hospital e mudou o mundo", 2021, Editora Globo, tradução de Cláudio Carina.

Numa das últimas páginas, lemos: "[...] Eu morreria se não fosse necessária ou não tivesse um desafio a enfrentar. Nasci com a motivação de consertar coisas" (p. 296). Senso de missão em nível altíssimo a vida inteira.

Entretanto, a época em que nasceu, o país, a família, todo seu entorno de existência foram obstáculos que dificultaram ou - porque não, forjaram Edna ser a Edna que ficou mundialmente conhecida. Sua luta para que mulheres tivessem serviços adequados de pré e pós-natal, a um parto em condições necessárias para manter a saúde da mãe e do recém-nascido.

Toda sua vida, ao que pese as mais diversas e adversas circunstâncias - origem, língua, gênero - ela se forma como enfermeira em Londres e regressa ao seu país para estar ao lado do seu pai, como sempre esteve, desde os 12 anos de idade, agora como profissional da saúde formada.

O relato da mutilação genital que ela sofreu aos oito anos de idade é um dos textos mais chocantes que li na minha vida até hoje. A empatia que criei com ela desde o início, especialmente essa identificação por seu encantamento com o conhecimento, a curiosidade e o desejo de aprender sempre, vem abrupta e detalhadamente o relato do seu pior trauma de existência.

A seguir, compartilho os trechos que destaquei, de algum modo, 90% deles relacionados a esse perfil da superdotação. O livro não trata, obviamente sobre isso, vale a leitura na íntegra e, como escrevi no status no whatsapp, aprendi que existe um território independente chamado "Somalilândia" que não é a mesma que a Somália.





Aqui é o trecho de dois parágrafos que destaquei, quando Edna relata que o pai contratou um professor particular, comprou lousa, giz e livros para os meninos da vizinhança e primos mais novos. Como menina, não podia ser "aluna oficial", mas foi permitida ouvir as aulas.


Uma vida inteira de quase nove décadas para realizar a missão para a qual nasceu, recheada de dores, perdas, traumas...

Assim que terminei a leitura, busquei mais informações sobre Edna e seu hospital. Assisti sua palestra no TED Talk e vi as fotos do site oficial do hospital que ela construiu e administra.

TED x Edna Adan Ismail

Site Oficial do Hospital da Edna

Nenhum comentário: