Foi assim que tudo aconteceu...
Sou uma pessoa que adora ouvir histórias: datas passadas, situações ocorridas, pessoas envolvidas e os lugares-palcos de todo o desenrolar narrativo... Tentarei não divagar e florear este pequeno relato, pois só pela primeira oração eu queria escrever sobre a minha avozinha que gostava de contar histórias – verídicas, de seus familiares e eu adorava ouvir. Quem sabe em outra ocasião escreverei mais a respeito da “vó Linda”!
Preciso situar meus leitores com algumas informações prévias para, enfim, explicar como passei a ser um cidadão de Nárnia.
Para quem não conhece – como eu não conhecia, “As Crônicas de Nárnia” é de autoria de C. S. Lewis. Ainda que eu tenha lido ou ouvido este nome e trechos de algumas obras em outros contextos, ouvir o nome de C. S. Lewis levava-me a associar ao nome da Charlene Lemos, grande amiga, bibliotecária, fãzérrima de C. S. Lewis; a mesma associação, logo após o nome da Charlene, vem o nome da Débora Correia, grande amiga também, pedagoga, que é fã de C. S. Lewis – se por influência da Charlene ou se o era antes, preciso perguntar. Tão logo estas palavras sejam lidas, essas minhas leitoras e incentivadoras me esclarecerão.
Por influência da Charlene e Débora então, eu sou, não digo fãzérrimo, mas um curioso e interessado nas obras de C. S. Lewis. Comecei a ler “Cartas do Inferno”, mas só comecei!
“Crônicas de Nárnia” ganhou notoriedade na mídia por causa da adaptação de uma das partes do livro para o cinema, “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”. Era uma tarde quando fui ao cinema ver o filme. Foi mágico, encantador: as imagens são marcantes, o enredo, as personagens...
Quase comprei o livro “As crônicas de Nárnia” pela internet, mas não deu certo. A Charlene e a Débora têm. Em São Paulo tive a oportunidade de iniciar a leitura no livro da Débora. Entre os horários de passeio turístico por São Paulo e muitos outros afazeres e atividades, lá estava eu com o grande volume aberto; é como se ao abrir o livro irradiasse uma luz que envolvia todo meu imaginário. Como uma iniciação; ao ler, é como passasse a fazer parte de toda aquele enredo. Li toda a primeira parte do livro em São Paulo, afinal o livro não era meu e aqui em Marília, não conheço ninguém que o possua.
Estação da Luz, Mercado Municipal (o sanduíche de mortadela com pão, nesta ordem mesmo), Rua 25 de março, Torre do Prédio do Banespa, Praça e Catedral da Sé, Rua Conde de Sarzedas, Museu da Língua Portuguesa, Shopping Tatuapé, Estações de Metrô, de Trem, ônibus, lotações, Igreja Batista da Penha. A Maior parte eu li sobre a cama ou sentado no sofá da sala, mas no último dia eu o levei no passeio. Primeira parada: consultório odontológico, a amiga Débora foi colocar o aparelho. Na sala de espera, eu estava em outro plano, bem distante, uma viagem indescritível.
No trem com destino ao Terminal Barra Funda para comprar minha passagem de volta para casa, enquanto a amiga Débora lia a revista Isto É (uma matéria marcante que também li, sobre psicopatas/sociopatas), eu continuava a viajar pelos mundos fantásticos e mirabolantes criados por C. S. Lewis. É fascinante a descrição da criação de Nárnia, de uma poesia e delicadeza profundas.
Nesta primeira parte do livro descobri, por exemplo, como foi criado o guarda-roupa que dá título ao filme baseado na 3ª parte.
Era sábado, 22/07, o dia seguinte, dia do regresso. Adeus amigos, adeus São Paulo, adeus Nárnia! Não estou agüentando de curiosidade. Não vejo a hora de escrever: “Nárnia em Marília”!
Até lá, espero que seja em breve!
Nota: Se não conheciam “Crônicas de Nárnia – o livro”, ou ainda, C. S. Lewis, como eu não conhecia, leiam! E como eu os associo à Charlene e Débora, vocês o associarão a este pequeno relato.
André Coneglian
13/08/2006.
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