O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

quinta-feira, março 02, 2006

Pergunta que não quer calar dentro de mim

Pergunta que não quer calar dentro de mim: “Quem estará em meu velório?” (a que dia, daqui a quanto tempo, em quais circunstâncias, eu não sei...). “Toda carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor” (Isaías 40:6-7); “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” (Mateus 6:27); “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tiago 4:14).

Essa pergunta sugere outra: “Ou estarei em outros velórios de pessoas que, obviamente, não estarão no meu?” Podem soar mórbidas estas perguntas, mas não é esse o sentido que elas têm para mim e nem desejo que tenha para quem as leiam e ousem se colocar como sujeitos dessas perguntas também.

O Pregador em Eclesiastes 7:2 ponderou: “Melhor é ir a casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos que o tomem em consideração.”

Por que a morte é um assunto tão delicado, muitas vezes, até evitado? Um fato que acontece a todo momento, com todo mortal, por que causa tanto pânico? Temos medo do desconhecido. Viver em trevas, em constante expectativa temerária torna as pessoas escravas de seus próprios medos. E a morte, de todos os medos, é o principal, pois o mistério é grande: num instante somos! Respiramos, o coração pulsa e, em outro instante, não há nada mais que um corpo inerte, matéria morta que logo se deteriorará e voltará ao pó, do qual foi formado.

A Palavra de Deus diz que o amor lança fora todo medo: “No amor não existe medo; antes o perfeito amor lança fora todo o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (I João 4:18).

Aquele que recebe o Senhor da Vida como Salvador não vive mais em trevas e em tormento. Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5:24). E ainda: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8:12).

A vida eterna não é promessa para depois da morte; aquele que crê em Jesus e nas Suas Palavras passou da morte para a vida, e vida eterna. Não é preciso medo. O apóstolo Paulo escreveu: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual chamamos: Aba, Pai” (Romanos 8:15).

Por mais que estejamos tão acostumados com este mundo, a ordem natural dos acontecimentos, entre o nascer e o morrer, os discípulos de Jesus são recordados de que a Pátria verdadeira do cristão está no Céu (Filipenses 3:20). A Bíblia nos convida em muitas passagens a meditarmos na brevidade da nossa vida neste mundo. Somos como a erva do campo que logo passa e já não existe; como a neblina passageira que logo se dissipa...

Devemos pedir ao Senhor que nos ensine a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio (Salmo 90:12). Aprendi que, sendo Moisés o autor deste Salmo, que até os 40 anos de idade cresceu como os da casa real de Faraó, aprendendo toda ciência, a mais avançada de sua época, conhecia sobre astronomia e muito mais. Quando orou ao Senhor para que o ensinasse a contar os dias, não eram os dias cronológicos a que se referia. O calendário e a contagem dos tempos para Deus é outra, e é essa que devemos aprender, para alcançarmos corações sábios.

Para um texto que começou com perguntas tão complicadas e inesperadas, me permitam encerrar com outra pergunta: “Estamos preparados para a morte, a morte física?”, o que vale é o que fizemos da nossa alma enquanto vivos.

Triste é a ausência de um ente querido, mas sabemos que, se morreu com Cristo, em breve nos encontraremos no lar celestial, portanto, não é necessário tormento, dor ou medo.Se eu precisar passar pela morte física, já orei ao Senhor que quero uma morte tranqüila, se possível, deitado e dormindo. Quem estiver em meu velório possam lembrar a todos estas palavras: Em Cristo Jesus já não há condenação. Mais que feliz estarei no lar celestial para a Ceia do Cordeiro.
Ps.: é incrível como esta pergunta me persegue; achava que ainda nãp havia registrado ela; escrevi uma "crônica" recentemente entitulada "Quando eu morrer" que não está tão bem escrita como essa, escrita em 19 de julho de 2004. Gostaria de poder escrever muito mais; ah... se eu pudesse ao menos registrar 20% do que passa por meus pensamentos, este emaranhado interminável. Como perguntou Cecília Meireles: "Para onde é que vão os versos/ que às vezes passam por mim/ como pássaros libertos?/ Deixo-os passar sem captura,/ vejo-os seguirem pelo ar/ - um outro ar, de outros jardins.../ Aonde irão? A que criaturas/ se destinam, que os alcançam/ para os possuir e amestar?/ De onde vem? Quem os projeta/ como translúcidas setas?/ E eu, por que os deixo passar,/ como alheias esperanças?". Para onde irão os meus pensamentos?

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