O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

quarta-feira, abril 14, 2021

"Cartas do Menino do Quarto para o Mundo", de André Coneglian (Editora Apprehendere, 2020)



Sim, sou a pessoa mais suspeita para falar do meu próprio livro... Não está perfeito. Depois de pronto e acabado, o desejo é arrumar aqui, acrescentar ali, diminuir isso e aquilo.

O livro foi o modo que escolhi fazer as pazes com o passado acerca da "descoberta" da minha superdotação aos 37 anos de idade. A escrita e todo processo até a finalização do projeto foi uma terapia, uma jornada catártica.

Como escrevi na postagem de ontem (13/04/2021) no Facebook acerca da passagem de um ano do lançamento do livro:

Quem REALMENTE me conhece?
Qual ou quais das minhas versões você conheceu?
Fui o "Menino do Quarto" por 19 anos. Introvertido. Observador.
Tido por muitos como "inteligente", "estudioso", "quieto".
No livro lançado ano passado, escrevo um pouco sobre a minha jornada no mundo da superdotação, iniciada com o princípio de depressão e gastrite nervosa do pequeno Lorenzo, então com 4 anos de idade.
Porém, não é sobre Lorenzo que escrevo. O Menino do Quarto resgata sua identidade como superdotado e a avalanche de sentimentos que foi essa caminhada.
As cartas são endereçadas aos meus pais, aos meus professores, aos meus amigos, aos psicólogos, aos superdotados, às autoridades e a Deus!
A esperança é que as situações narradas nas cartas encontrem terrenos férteis em outros corações! Outras mães/pais, professores...
Se quiser ler essas cartas, é só fazer o seu pedido por meio do formulário, clicar aqui.
Prefácio da querida Profa. Dra.
Susana Graciela Pérez Barrera
e posfácio da querida Ms.
Patrícia Neumann

domingo, abril 11, 2021

O Jeremias - filme mexicano




“O Jeremias” é um filme mexicano produzido no ano de 2015; na sinopse disponibilizada em Português já encontramos algumas incoerências e incompreensões acerca da AH/SD (quando se refere ao protagonista como “gênio”), porém, por meio do gênero comédia, trata de modo simples e, ao mesmo tempo profundo a temática:

 

Jeremias (Martín Castro) é uma criança de 8 anos extremamente inteligente. Quando descobre que é um gênio, com um Q.I. acima do normal, ele luta para ser bem sucedido, apesar da ignorância e pobreza da sua família, cujo pai tenta lucrar com a genialidade do filho. Aos 8 anos, ele precisa antecipar uma das mais difíceis questões da vida e desvendar o que deseja ser quando crescer (O JEREMIAS, 2015).

 

Com base nas definições e dimensões dos mitos elencadas por Pérez (2003), é possível identificarmos muitos desses mitos retratados no filme em questão. A autora lista sete mitos, os quais se desdobram em 30 dimensões.

Os sete mitos listados e discutidos por Perez (2003) são:

a)      Mitos sobre constituição: 9 dimensões

b)      Mitos sobre distribuição: 4 dimensões

c)      Mitos sobre identificação: 4 dimensões

d)     Mitos sobre níveis ou graus de inteligência: 3 dimensões

e)      Mitos sobre desempenho: 1 dimensão

f)       Mitos sobre consequências: 4 dimensões

g)      Mitos sobre atendimento: 5 dimensões

 

Assim, com base nessas categorias, fomos identificando nas passagens do filme tais mitos e propondo um aprofundamento para desmistifica-los. A análise é descritiva realizada por meio da lista de mitos e suas dimensões e o modo como a narrativa cinematográfica circula por elas.

“O Jeremias” (2015) tem valiosa contribuição para a área de Altas Habilidades/Superdotação pois apresenta de modo leve questões relevantes que perpassam a constituição, distribuição, identificação e outros mitos.

O uso da linguagem cinematográfica é recorrente nos cursos de formação de professores e especializações e precisa ser feito e modo coerente, confrontando com dados empíricos, apresentados em textos científicos.

Dos aspectos familiar, social e escolar onde se desdobram as narrativas do desajuste de Jeremias, que se percebe diferente da família, pede para ir à escola, mas ali também não se reconhece, o que mais salta aos olhos é o modo preconceituoso e irônico que a professora se dirige ao aluno “diferente”.

Quando é confrontado pela professora por não saber a resposta de um questionamento, Jeremias diz: “Sou gênio, não adivinho!”.

 

Referências

ANGERAMI, P. L. Cinema, educação e filosofia: possibilidades de uma poética no ensino. 2014. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília. 2014.

FRAGA, P. D. Sobre cinema e educação estética. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, v. 12, n. 137, 2012.

O JEREMIAS. Direção de Anwar Safa. México:  Motion Picture Associating of America, 2015.

PEREZ, S. G. P. B. Mitos e crenças sobre as pessoas com altas habilidades: alguns aspectos que dificultam seu atendimento. Cadernos de Educação Especial, Santa Maria, v. 2, n. 22, p. 45-59, 2003.

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o texto acima é um excerto de um trabalho escrito para o I Congresso Brasileiro de Educação para Altas Habilidades/Superdotação, em 2018, na cidade de Londrina-PR. Para ver na íntegra é só clicar aqui para acessar o arquivo PDF do mesmo.