Meu amor e minha admiração por Cecília Meireles crescem consideravelmente. Tamanhos são meu amor e admiração por ela que meu desejo é citá-la e referencia-la o tempo todo. Sigo empenhado em ter comigo toda sua obra publicada, todas as palavras que escreveu e publicou, bem como todas que escreveu e não pode publicar em vida, mas o fizeram suas filhas.
Poemas, romances, contos,
crônicas, reportagens, ilustrações. Quero tudo! Tenho um selo comemorativo de seu centenário. Gostaria de ter a cédula de 100 cruzeiros. Se possível, a edições mais
antigas, mais próximas da autora quando ainda respirava. Como este exemplar que
acabei de ganhar de presente da minha esposa por ocasião do meu quadragésimo
aniversário (15/01/2021); ganhei outros livros da Cecília, da minha esposa, mãe
e irmã, entretanto, este último é especial.
O primeiro livro de Cecília
Meireles que foi morar em casa e tenho até hoje: “Melhores poemas – seleção de
Maria Fernanda”, 8ª edição, 1996, da Editora Global. O modo como esse exemplar
foi parar em casa, um dia talvez eu confesse a um padre. No ano de 2011, minha
querida amiga Tânia Tolentino me presentou com o mesmo livro, 14ª edição, de
2002.
O primeiro livro que eu
comprei com meu salário foi “Crônicas de Viagem”, no ano de 2000, por conta de
uma coluna publicada no jornal da minha cidade natal (Marília-SP); a coluna foi
escrita, vejam só, por uma professora da Unesp de Marília, que viria ser minha
professora no ano seguinte (2001), Profa. Sonia Marrach, responsável pela
disciplina “História da Educação no Brasil”.
O meu exemplar de “Crônicas
de Viagem” eu presenteei à minha amiga Priscila Mendonça, em um aniversário
dela, 28 de agosto, só não me recordo o ano.
Depois eu descobri que a
biblioteca da Unesp possuía os três primeiros volumes do livro “Crônicas de
Educação”, os quais reúnem crônicas escritas por Cecília Meireles, enquanto foi
jornalista, de dois jornais cariocas, o primeiro de 1930 a 1933 e o segundo de
1941 a 1943.
No ano de 2010, por ocasião
do Dia dos Namorados – 12 de junho, Paula, minha eterna namorada, presenteou-me
com a coleção dos 5 volumes de “Crônicas de Educação”. A leitura desses
volumes, à época estudante de Pedagogia foi tão arrebatadora que não me achava
digno de exercer o ofício de Professor, tamanha a responsabilidade apontada
pelas crônicas de Cecília.
Minha coleção seguiu um
ritmo tranquilo de aquisição de outros exemplares, que chegaram por meio de
sebos da internet. Um dos momentos mais sublimes de aquisição de obras de
Cecília (muitos exemplares no mesmo dia), foi quando estive por primeira vez na
cidade do Rio de Janeiro, em setembro de 2007.
Numa reportagem de TV eu
tinha ouvido que Cecília Meireles morou na Rua Smith de Vasconcelos, no.
30, no bairro Cosme Velho. No meu segundo dia no Rio de Janeiro fui atrás da
casa. Encontrei! Tirei fotos, por fora. Tinha a esperança de entrar na casa e
ver a biblioteca pessoal de Cecília, enfim, sua casa toda... ninguém atendeu
minhas palmas insistentes.
[as fotos que tirei em frente à casa, estão em meu outro blog]
Descobri que a casa fica na
rua lateral do Trem do Corcovado e foi assim que conheci o Cristo Redentor, por
causa da Cecília Meireles. Como fiquei hospedado em um hostel (albergue para
jovens) em Ipanema, na Rua Vinicius de Mores, o trajeto do ônibus do hostel a
Cosme Velho e de Cosme Velho ao hostel, passava pela Avenida das Laranjeiras,
onde fica localizado o Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES.
O INES foi o motivo
principal para eu estar no Rio de Janeiro, naquele setembro de 2007. O
instituto realiza anualmente um congresso e naquele ano comemorava 150 anos de
fundação. Uma viagem memorável e inesquecível por muitos motivos.
Cecília Meireles visitou o
INES e escreveu crônicas sobre a visita na sua coluna. Eu conheci uma das crônicas
por meio da Revista “Sentidos”, publicação do INES, numa seção que resgata a “História”
do instituto. Andando por Copacabana, ainda em 2007, descobri uma
livraria/sebo: “Livraria Mar de Histórias”, Rua Francisco Sá, 51 – Copacabana,
loja 11 e 12. O Google Mapas mostra uma foto da fachada da livraria onde se lê:
“Todo livro que você não leu é um livro novo”. Por isso eu amo sebos!
Encontrei muitos tesouros de
Cecília nesse sebo. Destaco um deles: o livro “O que se diz e o que se
entende”, Editora Nova Fronteira, 1980. O que faz desse exemplar especial?
Muito especial, para mim, aliás. É que o livro possui uma dedicatória escrita a
mão, Stella compra este exemplar e presenteia a Lucy em 1980 (livro recém
lançado). É muito caro para mim esses “pequenos” detalhes. “À querida Lucy do
coração sutil e da alma requintada, carinhosamente. Stella. Rio, 17 de julho de
80”. Ainda sonho em descobrir Stella e Lucy, o que foram uma para outra, qual a
história – oculta para mim e agora para vocês – que este livro representa para
ambas. Enquanto Stella realizava aquele carinho a Lucy, eu estava sendo formado
no ventre materno (cheguei ao mundo seis meses depois).
A biblioteca da Unesp em
Marília-SP possui um exemplar do livro “Poemas Italianos, com a versão italiana
de Edoardo Bizzarri”, do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro, 1ª. edição de
1968, que eu, não podendo roubar o exemplar para mim (mais um pecado para
confessar ao padre), tirei cópia na íntegra. Espero um dia poder ter o
original!
O exemplar mais antigo que possuía
até então é do ano de 1953 – Poemas escritos na Índia. Tenho outros da década
de 1960 (1962, 1963); década de 1970 (1973, 1974); década de 1980 (1980, 1981, 1982, 1983). Depois são livros já publicados neste século presente. O único novo que
adquiri neste período é o “Romanceiro da Inconfidência”, uma versão de bolso,
de 2012, que comprei na livraria da EDUEL (Londrina).
No meu aniversário desse
ano, minha irmã me presentou com um livro da Lygia Fagundes Telles e uma edição
de bolso: “Cecília de bolso – uma antologia poética”, de 2014. Minha mãe me deu
“Crônicas para jovens”, seleção, prefácio e notas biobibliográficas de
Antonieta Cunha, da Editora Global, de 2012. Minha esposa me presentou com
quatro exemplares: “Janela Mágica”, Editora Moderna, de 2003; “Canção da tarde
no campo”, Editora Global, com ilustrações de Ana Raquel, 2ª edição de 2002; “O
menino azul”, Editora Global, com ilustrações de Elma, de 2013. E o exemplar
que motivou esse texto: “Rui, pequena história de uma grande vida”, biografia
de Rui Barbosa, escrita por Cecília Meireles, sob encomenda da Casa de Rui
Barbosa, edição comemorativa ao centenário de nascimento de Rui Barbosa, em
1949.
Foi amor à primeira vista. Tirou
o trono de exemplar mais antigo do livro “Poemas escritos na Índia”. O livro é
diferente de tudo que já tive de Cecília ou qualquer outro. Uma garota “prodígio”
escrevendo sobre outro garoto “prodígio”. Um espírito humano elevadíssimo narrando
poética e sensivelmente a história de vida de outro espírito igualmente elevado,
de uma importância histórica para nosso país, que repercutiu
internacionalmente.
Eu li num artigo sobre as
comemorações do centenário de nascimento de Rui Barbosa que foi produzido 90
mil exemplares e distribuídos aos alunos do último ano (ensino médio?) por meio
da Força Aérea Brasileira.
O livro é lindo, poético e
sensível. Com fotografias relacionadas à vida de Rui Barbosa. Cada capítulo
Cecília encerrou com uma citação do próprio Rui Barbosa. Um tesouro. Apresento algumas
fotos do meu tesouro e finalizo com um checklist
dos livros que tenho (sim) – e não tenho (em branco), de Cecília Meireles. Aceito
presentes fora da época do meu aniversário. Livros de sebos são os melhores! Quanto
mais velho, mais eu amarei! Minha busca pessoal é pelos originais.
Obrigado! De nada!
|
Espectros,
1919 |
|
Criança,
meu amor, 1923 |
|
Nunca
mais, 1923 |
|
Poema
dos Poemas, 1923 |
|
Baladas
para El-Rei, 1925 |
|
O
Espírito Vitorioso, 1929 |
|
Saudação
à menina de Portugal, 1930 |
|
Batuque,
samba e Macumba, 1933 |
|
A
Festa das Letras, 1937 |
|
Viagem,
1939 |
Sim |
Olhinhos
de Gato,1940 |
|
Vaga
Música, 1942 |
|
Poetas
Novos de Portugal, 1944 |
Sim |
Mar
Absoluto, 1945 |
|
Rute
e Alberto, 1945 |
Sim |
Rui
— Pequena História de uma Grande Vida, 1949 |
Sim |
Retrato
Natural, 1949 |
|
Problemas
de Literatura Infantil, 1950 |
|
Amor
em Leonoreta, 1952 |
|
Doze
Noturnos de Holanda, 1952 |
|
O
Aeronauta, 1952 |
Sim |
Romanceiro
da Inconfidência, 1953 |
Sim |
Poemas
Escritos na Índia, 1953 |
|
Batuque,
1953 |
|
Pequeno
Oratório de Santa Clara, 1955 |
|
Pistoia,
Cemitério Militar Brasileiro, 1955 |
|
Panorama
Folclórico de Açores, 1955 |
|
Canções,
1956 |
Sim |
Giroflê,
Giroflá, 1956 |
|
Romance
de Santa Cecília, 1957 |
|
A
Bíblia na Literatura Brasileira, 1957 |
|
A
Rosa, 1957 |
|
Obra
Poética,1958 |
|
Metal
Rosicler, 1960 |
|
Poemas
de Israel, 1963 |
Sim |
Antologia
Poética, 1963 |
|
Solombra,
1963 |
|
Ou
Isto ou Aquilo, 1964 |
Sim |
Escolha
o Seu Sonho, 1964 |
Sim |
Crônica
Trovada da Cidade de San Sebastian do Rio de Janeiro, 1965 |
|
O
Menino Atrasado, 1966 |
|
Poésie
(versão francesa), 1967 |
|
Antologia
Poética, 1968 |
Sim |
Poemas
Italianos, 1968 |
|
Poesias
(Ou isto ou aquilo& inéditos), 1969 |
|
Flor
de Poemas, 1972 |
|
Poesias
Completas, 1973 |
|
Elegias,
1974 |
|
Flores
e Canções, 1979 |
|
Poesia
Completa, 1994 |
|
Obra
em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998 |
Sim |
Canção
da Tarde no Campo, 2001 |
|
Poesia
Completa, edição do centenário, 2001, 2 vols. (Org.: Antonio Carlos Secchin.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira) |
Sim |
Crônicas
de educação, 2001, 5 vols. (Org.: Leodegário A. de Azevedo Filho. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira) |
|
Episódio
Humano, 2007 |
Um comentário:
Querido amigo adorei a sua ideia de apresentar sua relação de livros da Cecília Meireles. Além de nos possibilitar conhecer a obra dela é também uma forma de ajudá lo a encontrar as preciosidades que faltam para sua coleção. Diante de um livro de Cecília impossível não lembrar de vc!!
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