Desejo um dia poder escrever uma crônica sobre minha caminhada estudantil, uma reflexão de como foi ser estudante e hoje ser formado em Pedagogia, sentir a responsabilidade de ser Educador e como o saldo entre uma coisa e outra – ter sido estudante e hoje ser educador, chega a ser apavorante, tamanha a responsabilidade!
É porque sinto que fui grandemente lesado em minha educação, desde os tempos da educação infantil, lá em 1986 até os níveis fundamental, médio, técnico e mesmo o superior. Mas isso é uma imensa bola de neve. Não começou certo lá no inicio... Poderia ter tomado outro rumo caso a maioria dos meus professores fossem realmente professores e não meros trabalhadores presos em uma forma de subsistência, ganha-pão e nada mais!
Não os recrimino! Daí o medo em escrever esta crônica... Sempre os admirei, os meus mestres! Claro, existiram algumas raridades, mais que professores, tornaram-se seres humanos inesquecíveis... Tenho medo de ser mal interpretado ou de mesmo ficar com um peso na consciência, passar por mal agradecido...
Farei algumas tentativas... se vingar – a crônica – claro que a publicarei aqui!
Como estamos no último mês do ano, nada mais propicio que fazer um balanço do que passou. Foi o ano em que me formei no nível superior. No dia 23 de julho de 2005, numa singela e humilde cerimônia de colação de grau. Graduado em Pedagogia, Licenciatura Plena, Habilitado em Deficiência Auditiva. Concordo que não é um curso com status... que me importa! Pelo menos terei direito à cela especial caso precise de uma algum dia... Brincadeira – de mau gosto! A verdade é que aprendi a valorizar o curso que durou 4 anos e meio... a sociedade pode não valorizar, mas a profissão possui um valor inestimável que dinheiro algum pode pagar. (Quem quiser conferir algumas fotos da formatura tiradas pelo Marcus e Priscila, é só acessar:
Este ano também foi bastante agitado com relação ao ministério ao qual o Senhor Jesus me chamou para O servir: o Ministério de Surdos. O ser humano é difícil por natureza; natureza esta egoísta, mesquinha... O que seria de nós sem a graça e o amor de Cristo em nós. Temos exemplos abundantes de qual é o final dos homens entregues a si mesmos... É muito, muito triste!! Somada a esta condição do ser humano temos a questão das deficiências, das famílias que possuem um, da sociedade que ainda não aprendeu a conviver com eles...
Realmente, nestas páginas da minha vida reconheço a Mão do Divino Mestre... Quem, senão somente Deus poderia aproximar a mim do mundo dos surdos, da língua de sinais, eu que parente nem amigo surdo tinha até então?! Usar este ministério para mostrar-me minha condição de pecador, criatura distante do Criador... O Espírito Santo, de maneira peculiar me apresentou a salvação em Cristo Jesus, a importância da Bíblia e como é preciso posicionar-se com Jesus.
Claro que questionei a Deus se precisava continuar no ministério de surdos. Tão lindo para quem olha os intérpretes e os surdos se comunicando, mas não imaginam nem o mínimo do que são os bastidores deste ministério, dessa comunidade surda.
Se não fosse a clarividência de que somente o Senhor poderia ter me aproximado dos surdos, da língua de sinais, direcionado-me até profissionalmente, eu já teria abandonado!
Quanta coisa boa tenho para contar sobre estes cinco anos e meio de contato com a língua de sinais e com os surdos, com o ministério de surdos da igreja na qual sou membro... como também existem muitas coisas e episódios tristes. Afinal, essa é a vida! Mas não precisa ser assim até o final!
Enfim... foi um bom ano, excelente! Mas, o mais profundo do meu ser grita a cada novo anseio, seja ele realizado ou frustrado o que o apostolo Paulo deixou registrado em sua 1ª carta aos Coríntios 2:9, “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. E esta promessa não está nenhum pouco relacionada às coisas desta terra... Aleluias por isso!
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