O Quarto do Menino

"No meu quarto que eu lia, escrevia, desenhava, pintava, imaginava mil projetos, criava outros mil objetos... Por isso, recebi o apelido de 'Menino do Quarto', título que adotei como pseudônimo e hoje, compartilho neste 'Quarto Virtual do Menino', o que normalmente ainda é gerado em meu próprio quarto". Bem, esse início já é passado; o 'menino' se casou (set/2008); há agora dois quartos, o do casal e o da bagunça... Assim, diretamente do quarto da bagunça, entrem e fiquem a vontade! Sobre a imagem de fundo: A primeira é uma reprodução do quadro "O Quarto" de Vicent Van Gogh; a segunda, é uma releitura que encontrei no site http://www.computerarts.com.br/index.php?cat_id=369. Esta longe de ser o MEU quarto da bagunça, mas em 2007, há um post em que cito o quadro de Van Gogh. Como disse, nada mais propício!!!... Passaram-se mais alguns anos, e o quarto da bagunça, já não é mais da bagunça... é o Quarto do Lorenzo, nosso primogênito, que nasceu em dezembro de 2010!

sexta-feira, setembro 23, 2005

Um diálogo [literário] precioso!


O diálogo entre a raposa e o Pequeno Príncipe é muito sensível e profundo. Fala sobre “cativar”, amizade, importar-se com o outro... coisas imprescindíveis para mim, por isso que o transcrevo logo mais abaixo.

Se me cativares, lembra-se, serás eternamente responsável por esta amizade. Sei que é recíproco! Ao final do diálogo transcrevi a letra de uma música que a Adriana Yanaguita nos ensinou na viagem de volta que o grupo de jovens fez no ano de 2002 para Curitiba-PR. Eu e a Silvinha (médica) aprendemos a letra, a melodia e cantamos os três, entre outras canções.


“Há amigo mais chegado do que um irmão” Provérbios 18:24b, Bíblia Sagrada.

...E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? perguntou o principezinho. tu és bem bonita...

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.

- Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garotointeiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

...e disse a raposa:

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.

Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma.

E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor...cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é sua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Texto extraído do livro "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry

“Cativar”

Observe esta canção
E ela vai lhe dizer
É sorrir, é chorar, é sofrer
Cativar é amar pra valer!

Cativar é como estar preso
E ao mesmo tempo prender Refrão
Cativar é se dar totalmente
E sem esperar... receber.

As vezes no meu cantinho
E ali bem quietinho me ponho a pensar
Em cativar as pessoas, fazer coisas boas e me despertar
Para amar meu irmão e lhe dar atenção
E na hora da dor estender-lhe a mão.

Refrão

Nenhum comentário: